A produção de motocicletas caiu 33,4% no período de janeiro a junho deste ano, somando 464.357 unidades, de acordo com dados divulgados hoje, 12, pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). No mesmo período do ano passado foram produzidas 697.540 motocicletas.
No mês de junho, foram fabricadas 81.387 unidades, o que representa uma retração de 11,8% na comparação com maio e de 30,4% em relação a junho do ano passado.
Nos primeiros seis meses do ano, as vendas para as concessionárias chegaram a 452.368 unidades, 31,4% a menos do que no mesmo período do ano passado (659.093). Em junho, foram comercializadas 77.548 motocicletas, o que corresponde a uma queda de 11,1% na comparação com maio e de 23,3% sobre o mesmo mês de 2015.
Já as exportações registraram alta de 70,7% nos primeiros seis meses do ano, com a venda de 31.134 unidades no mercado externo. Os dados mostram também que em junho foram comercializadas 7.657 motocicletas, o que corresponde a um crescimento de 36,6% sobre maio e de 39,8% em comparação com junho do ano passado. Segundo a Abraciclo, o movimento positivo ocorreu devido à melhora do ambiente econômico da Argentina.
Segundo a entidade, foram licenciadas no primeiro semestre do ano 469.581 motos contra as 641.707 unidades vendidas no mesmo período de 2015, o que mostra um recuo de 26,8%. No mês de junho, foram emplacadas 73.343 motocicletas, 4,3% a menos do que o mês anterior (76.644). Em relação a junho do ano passado, quando foram vendidas 101.109 unidades, houve queda de 27,5%.
De acordo com o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a expectativa é a de fechar o ano de 2016 com queda de 13,7% na produção, recuo de 14,3% nas vendas no atacado e redução de 16,7% nas vendas no varejo. Apenas as exportações devem ter elevação (1,3%).
“O desafio para o segundo semestre é ultrapassar as 500 mil unidades no atacado, varejo e licenciamento e ainda superar as diferenças que perdemos no primeiro semestre. Isso será essencial para que consigamos manter esse nível de mais de 1 milhão de unidades que certamente será fundamental para todo o segmento”.
Empregos
Os dados mostram também que. até abril de 2016, o número de empregados no setor chegou a 14.004, enquanto o ano de 2015 fechou com 16.102 funcionários. “Já vimos algum movimento de adequação do quadro funcional em algumas marcas, então a tendência é de redução da empregabilidade ao longo do ano”, disse Fermanian.
Segundo ele, mesmo com essa possível tendência, a indústria tem se esforçado para manter a empregabilidade. Entretanto, se os volumes de venda e produção se mantiverem como os atuais, o número dos postos de trabalho no setor devem cair. Os resultados dependerão dos esforços de cada marca para minimizar o impacto no Polo Industrial de Manaus.
“Ainda não temos previsão de quantos empregos podemos perder, porque cada marca tem adotado estratégias diferentes. Se voltarmos para a produção de 2013, podemos perder cerca de 2 mil empregos até o final do ano, mas, se as indústrias forem conservadoras e voltarem ao patamar de 2011, podemos falar em 10 mil empregos.”
A cadeia de fornecedores também está sendo afetada, segundo Fermanian. “Eles estão em uma situação ainda mais difícil do que a indústria. Nossos associados têm relatado que tem havido bastante dificuldade para mantê-los ativos em Manaus e há alguns fabricantes que deixaram as atividades na Zona Franca de Manaus. No momento, o maior esforço é o de convencer esses fornecedores a manter as atividades por lá”.