O governo chinês habilitou nesta semana 24 estabelecimentos brasileiros a enviar esse tipo de produto ao país asiático.
Os embarques de produtos lácteos brasileiros para a China devem começar em agosto, de acordo com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. “Imagino que, em agosto, já poderemos iniciar os embarques de produtos lácteos para a China. Isso vai ser muito bom para o mercado interno, que está vivendo uma crise enorme de preços baixos para o produtor”, afirmou.
“Nós temos um primeiro momento de preparo, de aceitação do nosso produto na China, mas acho que temos uma janela de oportunidade enorme”, disse. No último dia 23, o governo chinês habilitou 24 estabelecimentos brasileiros para exportação de itens como leite em pó, queijos, manteiga e leite condensado.
Segundo a ministra, para iniciar as vendas, é preciso que o órgão chinês responsável pela vigilância sanitária chinesa aprove uma lista de veterinários, que deve ser concluída na próxima semana e enviada ao governo local.
“Nós precisamos só credenciar veterinários, pois você precisa de uma lista de veterinários e da assinatura deles para os embarques”, disse Tereza Cristina.
Segundo informação do Ministério da Agricultura, desde 2007 havia uma certificação acordada com a China, mas nenhuma planta brasileira estava habilitada a exportar. Os chineses são os maiores importadores do mundo de lácteos. Somente de leite em pó, o país compra 800 mil toneladas por ano, 200 mil toneladas a mais que toda a produção do Brasil.
A ministra afirmou que os chineses apreciam lácteos de outros países e a abertura de mercado será uma oportunidade de recuperação da indústria de laticínios do Brasil, que enfrenta queda de até R$ 0,30 no preço do litro de leite, e também a concorrência com os produtos da Argentina e do Uruguai, que entram no mercado brasileiro sem cobrança de tarifas.
Projeções
Com a abertura do mercado chinês, a Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios estima exportar US$ 4,5 milhões em produtos.
Em 2018, os chineses importaram 108 mil toneladas em queijos, com um crescimento médio anual de 13% nos últimos cinco anos. O setor lácteo brasileiro exportou no ano passado para mais de 50 destinos.