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Alunas de Cumbe usam tecnologia para conscientizar jovens e prevenir o suicídio
Notícias
Publicado em 14/08/2019

A união entre a tecnologia e o protagonismo levou quatro alunas do Colégio Estadual Alcebíades Paes, no município de Cumbe, a desenvolverem um aplicativo cujo objetivo é prevenir o suicídio entre crianças e adolescentes. As estudantes Lara Estephany, Nataly Santana, Letícia Moura de Oliveira e Maria Letícia de Jesus Rodrigues tiveram como mentor José Wilmer Rodrigues, formador do Instituto Paramitas, que apresentou a elas o Programa Tecnovation Challenge Brasil, uma competição de tecnologia e empreendedorismo. A partir daí, elas se interessaram em participar e debateram ideias até chegarem ao aplicativo.

 

Intitulada “Think Big”, a ferramenta tecnológica foi produzida em cerca de 15 dias para que pudesse ser apresentada no Tecnovation Challenge Brasil no mês de maio deste ano, em Salvador (BA). Com o aplicativo, elas foram as primeiras colocadas no evento Pitch Regional Nordeste do programa.

 

O funcionamento do aplicativo se dá através da apresentação de situações-problema por um personagem chamado Jack. Ele faz ao usuário perguntas retratando casos específicos, como agressão verbal, bullying, questões de gênero, preconceito, entre outros. O intuito do aplicativo é fazer com que a pessoa saiba lidar com problemáticas do dia a dia que levam a frustrações emocionais. Por enquanto, só a comunidade escolar tem acesso, através de um código, mas as meninas querem, futuramente, aprimorar o aplicativo e deixar disponível ao público.

 

“O suicídio é um problema muito grave. Eu mesma conheço pessoas que já se automutilaram, já tiveram vontade de se suicidar. Todo mundo passa por momentos ruins na vida, então o nosso aplicativo pretende ajudar todas as pessoas. Muitos passam por situações em que chegam até a pensar em se suicidar e não sabem como resolver. Se nosso aplicativo conseguir salvar uma pessoa, já seria um grande prazer”, disse Nataly Santana, uma das componentes do grupo. Ela conta ainda que toda a comunidade escolar apoiou a ideia.

 

Conscientização

 

As alunas que desenvolveram o aplicativo destacam que ele é uma importante ferramenta de conscientização. “Queremos ajudar todas as pessoas, não somente crianças, a não cometerem suicídio. Hoje em dia muitos pensam nessa atitude drástica por diversos motivos. Resolvemos criar esse aplicativo para ajudarmos a resolver as problemáticas que aparecem no dia a dia, que mexem com o psicológico da pessoa”, disse Maria Letícia.

 

Para Lara Estephany, essa é uma importante ferramenta educacional. “A educação move o mundo. Nós estamos tentando ajudar as pessoas através desse aplicativo educacional, para que saibam lidar com essas problemáticas e não cheguem a cometer suicídio por diversas frustrações. Queremos fazer com que essas crianças, que são o futuro da nossa sociedade, não cheguem ao ponto de pensar nisso. Se mudarmos a mentalidade delas agora, pela educação, futuramente não haverá esses problemas”, explicou.

 

Letícia Moura, também, vê como de grande importância a utilização dessa ferramenta pelos jovens. “Um aplicativo educacional que tem como base ajudar a criança e ao adolescente a saberem lidar com questões como preconceito e, até mesmo, a ensinar a identificar isso em algum colega, para que possam dar algum conselho. Criamos o aplicativo porque, hoje em dia, as crianças e jovens estão mais atentos ao celular e seria muito legal ter essa ferramenta para auxiliar nessas questões”, declarou.

 

Tecnologia aliada ao conhecimento

 

O mentor das meninas, no desenvolvimento do aplicativo, José Wilmer Rodrigues, formador do Instituto Paramitas, destacou que é de grande importância ter a tecnologia aliada ao conhecimento, tanto para os alunos quanto para os professores. “É muito bom saber que um professor pode ter em mãos um aplicativo com o qual pode trabalhar uma temática diferenciada como essa, um tema que é um tanto grave no ambiente escolar. Ter essas meninas pensando nesse aplicativo idealizado e pensado por elas como uma forma de solucionar esse tipo de problema, isso mostra o quanto a educação está crescendo”, disse.

 

O aluno, Diego Santana dos Santos, do 3º ano do ensino médio, disse ter aprovado a ideia do aplicativo. Ele acha que é uma boa maneira de conscientizar as pessoas. “A tecnologia é uma grande porta aberta para obter conhecimentos. Com os aplicativos de celular, temos mais fluidez para ver esses assuntos. E o suicídio é algo muito particular que, às vezes, a pessoa não quer falar com ninguém a respeito. Então às vezes é mais fácil se informar sobre isso através de um aplicativo. É uma oportunidade de ter outros pontos de vista sobre essa problemática”, declarou.

 

A sua colega, Emilly da Silva Soares, compartilhou da mesma opinião. “O suicídio é uma questão muito delicada e, às vezes, a pessoa não se sente confortável para falar com os outros. Ela pode até demonstrar que está bem, mesmo tendo problemas internos, familiares ou na escola. Acho que o aplicativo auxilia porque, com ele, a pessoa vai conseguir expressar o que está sentindo, sem estar exposta”, afirmou.

Informações da SEDUC

 

 

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