De acordo com o relações pública do 7º Batalhão da Polícia Militar, sub-tenente Heliomarto Rezende Silva, o chassi estava adulterado e a documentação não condizia com o automóvel. “A gente já tinha uma suspeita desse veículo. Na abordagem, o vereador estava muito nervoso e constatamos a adulteração do chassi. A documentação não batia e verificamos que o veículo tinha sido roubado em 2016. Foi quando ele se identificou como vereador e disse que recebeu o carro de presente de um deputado”, contou o militar.

O parlamentar citado pelo vereador é o deputado estadual Ibrain Monteiro (PC) que confirma ter repassado o veículo para o vereador. Ele ficou surpreso com a informação de que o veículo tinha restrição de roubo. “Esse carro tinha mais de 2 anos que não mexia. Estava com defeito, parado e o vereador pediu para rodar, porque estava sem carro. Mandei que pegasse”, afirmou.

Monteiro explicou também que o carro foi comprado por volta de 2015, de um rapaz de Aracaju, que levou o veículo até Lagarto fechando a negociação em R$ 35 mil. “Dei R$ 15 mil em dinheiro, mas ele queira os 35 e estava muito agoniado. Aí me mostrou o carnê de quitação. 20 dias depois não conseguia falar mais pelo telefone dele. Esse veículo foi comprado e até hoje nunca me trouxe a quitação do financiamento. Fui enganado por algum estelionatário, como acontece com muitos. Ele só me passou três chaves, livreto de garantia e vou mostrar, até segunda-feira (3), na Justiça. Vamos tentar encontrar este vendedor”, conta.

O deputado disse que o carro não era de uso pessoal, mas de funcionários das empresas dele [uma de estrutura de festa e outra de franquia de açaí]. Na época da compra, o deputado afirma que o veículo não tinha restrição. “Consultei e o carro era limpo, não tinha nada. O despachante disse que eu podia comprar à vontade, só tinha o financiamento”, disse.

Por nota, a Secretaria da Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) disse que na Delegacia Regional de Lagarto foi feito um auto de apreensão do veículo e colhidos os termos de declarações dos condutores e do suposto autor, além de um termo circunstanciado de ocorrência pelo crime de receptação. O caso é acompanhado pelo delegado Edson Nixon.

“Após análise, constatou-se que o carro foi roubado no dia 28 de abril de 2016, na cidade de Salvador (BA) e que apresentava no momento da apreensão placa pertencente a outro carro. Além disso, a marcação do chassi aparenta sinais de adulteração e somente após conseguir o número correto do chassi é que os policiais puderam constatar a restrição de roubo/furto”.